Diálogo Interativo

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21 maio, 2007

Bandidagem

Todos nós estamos acompanhando os desdobramentos da operação da Polícia Federal que prendeu mais de 40 pessoas há alguns dias. Os documentos e relatórios até então apresentados não deixam dúvidas: a corrupção na política brasileira está muito longe de acabar — se é que um dia vai acabar.

Estão envolvidos prefeitos, (ex)governadores, deputados, até o ministro das Minas e Energia, que já balança no cargo. Basta o Governo lançar alguma obra, ou conjunto de intervenções, como o PAC, que a vampirada já começa a salivar. E devem ter salivado feio. O PAC prevê investimentos de R$ 500 bilhões. Quanto essa quadrilha iria abocanhar?

Contudo, fica fácil colocar o dedo em riste na direção dos políticos que NÓS colocamos lá. A corrupção que domina e contamina o bem público nacional desde que o Brasil existe nada mais é que a superlativação (essa palavra existe?) das pequenas corrupções do dia-a-dia. O sujeito que não paga passagem no ônibus, que fura a fila do teatro, que "rouba" de outro a vaga no estacionamento, que frauda informações para obter o FIES, que tem o hábito de mentir... quando é investido de algum cargo eletivo e percebe que pode praticar maracutaias e levar algum, vai perdendo o escrúpulo e roubando cada vez mais. Só que não existe crime perfeito; o larápio sempre deixa algum rabo. E a PF tem pisado no rabo de muita gente, para o bem do país.

O fato de ter gente de vários partidos, aliado ao recente escândalo do mensalão e outros que pipocaram na imprensa, certamente fazem o cidadão pensar que todo político e todo partido é igual. Cabe às poucas agremiações políticas que defendem de verdade a ética e o respeito ao que é público banir sumariamente de suas fileiras pessoas que tenham tido conduta incompatível com os princípios partidários. Isto cabe principalmente ao PT, que tem entre seus filiados o presidente da República.

E que não esqueçamos: os bandidos chegaram lá através do voto. E não adianta votar só por obrigação. Afinal, quem não gosta de política é governado por quem gosta.