Ainda a Jabulani rolando
A Copa do Mundo, como todos os outros eventos esportivos internacionais, é um momento de confraternização em torno do esporte. Culturas diferentes se encontram e se misturam para celebrar um dos esportes mais queridos e jogados. Hoje, com o aparato tecnológico da mídia, há farto material para acompanharmos, pelos mais diversos meios, tudo que acontece dentro e fora das quatro linhas.
Neste momento em que as semifinais já estão definidas (três equipes europeias e uma sul-americana) e que 28 seleções já deixaram a competição, os sites jornalísticos mundo afora têm um estoque enorme de informações sobre este campeonato tão carregado de simbolismo, análises, opiniões as mais diversas. Não me cabe aqui, portanto, comentar o que a mídia já vem comentando à exaustão, nem lamentar a saída do Brasil na partida de ontem contra a Holanda. Apenas digo que a seleção jogou como deu conta de jogar, no contexto possível, fazendo o possível. A Copa, como qualquer campeonato, afere qual equipe é a melhor. E que o Brasil não tinha a melhor equipe, todos nós já sabíamos. Então, chega de choro e que venha 2014. E antes disso, tem Copa América ano que vem na Argentina, Olimpíadas em 2012, Copa das Confederações aqui no Brasil em 2013 e as eliminatórias — que o Brasil não disputará porque já estará automaticamente classificado para 2014 por ser o país-sede.
Nesta fase de mata-mata, chama a atenção o contraste entre o lamento de quem vai embora e a euforia de quem segue na competição. Fiquei particularmente comovido pela entrevista do goleiro Júlio César depois do jogo de ontem, que, custando a segurar o choro, fez um balanço bem sensato da participação do Brasil neste Mundial. Ao mesmo tempo, a alegria dos holandeses era incontrolável e incontestável. Jogaram melhor e o resultado foi justo. E as reações são as mais diversas: tem choro, revolta, controle, descontrole. E o que dizer dos jogadores que acabam se tornando pivôs positivos ou negativos? Gyan, de Gana; Felipe Melo, do Brasil; Klose, da Alemanha; Villa, da Espanha; Cardozo, do Paraguai; Sneijder, da Holanda... pra ficar nos mais recentes.
Meu lamento fica por conta de nenhum país africano conseguir chegar às semifinais. A última esperança era Gana, que caiu dramaticamente ontem diante do Uruguai. De qualquer forma, foi a melhor participação de equipes africanas em Mundiais.
A África do Sul, um país com uma belíssima história recente capitaneada pelo eterno líder Nelson Mandela, consolida sua identidade como nação de destaque. Ficará à disposição do país toda a infraestrutura construída para a Copa. Que a nação saiba usá-la para a consolidação da paz e da harmonia entre os povos sonhada por Mandela e por seu povo, tão bem representado nesta Copa pela profusão de cores e pelo barulho ensurdecedor das vuvuzelas.
E aguardemos as próximas partidas. Particularmente, torço para que o caneco fique com Holanda ou Espanha, países que jamais ganharam uma Copa.
Foto: Roberto Candia/AP
3 Comments:
At 23:50, Alex Manzi said…
Olá de novo, João.
Já deu uma conferida na versão atualizada do Ranking Manzi das Copas do Mundo?
http://mancheia.blogspot.com
Abraço apertado.
At 10:07, João Flávio Resende said…
Manzi,
Vou lá ver.
Abraços.
At 13:25, Anônimo said…
Não deu... nem lamento, era de se esperar a saída da seleção brasileira...
Bom mesmo foi ver hoje o reconhecimento da Rede Globo, durante o Esporte Espetacular, que o intocável Kaká não estava em condições de ser o pilar sustentador da seleção. Isso todos sabíamos... a mt tempo o garoto prodígio não encanta... nesta mesma reportagem é questionada as convocações de Felipe Melo, Júlio Baptista, Grafite e Kléberson(essa aí doeu mesmo)... acredito que foi uma boa reportagem, pois mostrou as falhas cometidas pelo "comandante", "general" Dunga... recomendo que assistam...
Mudando de assunto, triste mesmo foi ver o valente Paraguai deixar a competição. No jogo contra a Espanha, o melhor de todos nesta Copa, na minha opinião, o valentes jogadores neutralizaram completamente as jogadas da equipe espanhola... por infelicidade não souberam aproveitar a oportunidade do pênalti...o ditado "Quem não faz, leva!!!" prevaleceu novamente... Uma pena mesmo... Agora é só esperar para ver quem conseguirá combater o poderoso conjunto alemão... confesso que dá gosto de ver o tal Müller, Klose e Özil (21 anos apenas, meu Deus) jogando...
Abraços...
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