Diálogo Interativo

Espaço para troca de ideias sobre diversos assuntos, com destaque para atualidades, comunicação, política, educação e relações humanas.

12 setembro, 2010

De olho no voto

Fiz hoje uma coisa que não fazia há muito tempo: assisti a um debate inteiro na TV. Vi pela Rede TV! e fui acompanhando os comentários de jornalistas e de internautas pelo site da Folha. Isso me fez lembrar dos debates das eleições de 1994. Não perdia um. E assistia com caderno e caneta na mão, anotando tudo que os candidatos diziam. Coisa de estudante de jornalismo / engajado / militante.

Não vou ficar aqui analisando desempenho deste/a ou daquele/a candidato/a, até porque, pelos comentários que li na Folha durante o debate, vejo que as opiniões são muito contaminadas pela, digamos, torcida de cada um/a, o que aproxima muito a política do futebol. Faltou uma discussão mais aprofundada sobre alguns temas relevantes e teve muita repetição de clichês, frases de efeito e assuntos que os jornais já vêm martelando há dias. Aí o debate fica meio enfadonho. O que vai pegar mesmo é o da Globo, marcado para o dia 30. Tem um formato diferente, tem muuuito mais audiência e vai acontecer a menos de 60 horas do início da votação.

As pesquisas mostram uma larga vantagem de Dilma Rousseff. Acho que a influência que o debate global pode ter é a eleição presidencial ter ou não segundo turno. E só.

Considerando a baixíssima audiência da Rede TV!, o eleitorado vai mesmo se guiar pela repercussão do debate que os jornais derem a partir deste momento.

10 setembro, 2010

O Brasil tem pena de morte. E você pode ser o próximo!

Leia os jornais de BH de ontem e hoje. Pasme. Estarreça. Indigne-se.

Quem conhece a avenida Raja Gabaglia, em Belo Horizonte, especificamente o trecho final, sabe o quão propício é desenvolver altas velocidades no local, tanto na subida quanto na descida. Quem não conhece ou mora fora de BH, dê uma olhada no Google Maps e veja o trecho, que vai da avenida Barão Homem de Melo até o trevo com a BR 356 e a MG030, próximo ao BH Shopping.

Pois bem, abra a imagem no Google Maps e imagine um cidadão dirigindo desde o entroncamente da Barão até o trevo do BH Shopping, ou seja, subindo a avenida, NA CONTRAMÃO!!!! O boçal simplesmente subiu quase um quilômetro da avenida na pista contrária. Então temos três elementos:
- contramão;
- alta velocidade;
- motorista comprovadamente embriagado.

Aí vai ver a idade do cara: 22 anos na época, fevereiro de 2008. Aí vai ver o carro do cara: Honda CR-V (zero km custa R$ 88.000 pela tabela Fipe de hoje). Pois o dito cujo atingiu de frente o carro de um empresário de 44 anos que ia cedinho pra Ceasa trabalhar. Adivinha? O inocente morreu e o culpado está soltinho por aí — o carrão dele tinha airbag, pré-tensionador de cinto e outros penduricalhos. Pior: a Justiça (?) decidiu que ele responderá por homicídio culposo, ao invés de doloso ou pelo menos dolo eventual. Sabe o que vai acontecer?

Adivinha!

Isso mesmo. NADA!

No máximo quatro anos de prisão, que, claro, serão convertidos em cesta básica, coisas do tipo. É o que valeu a vida do empresário, cuja esposa tem hoje sequelas de AVC e a vida destruída por um cidadão impossível de qualificar, seja qual for o adjetivo que usemos.

O causador do acidente foi premiado. O empresário e sua família foram condenados à morte.

Casos assim pipocam aos borbotões neste país. E todos estamos sujeitos a isso. A ter nossas vidas dilaceradas a preço de banana podre.

Da minha parte, educo meus filhos para que tenham responsabilidade no trânsito — cada um tem sua cadeirinha no carro. colocam sozinhos os cintos e me chamam a atenção se eu passar no sinal amarelo. Preparados para ser respeitosos cidadãos (assim espero). E rezo todos os dias para que nunca encontrem um %@#&* desses pela frente.

Chorei ao ver a foto de Ana Paganelli aos prantos pela memória de seu marido e pela impunidade que, mais uma vez, reina absoluta.

Por que a Justiça brasileira é tão condescendente com os assassinos do trânsito?

Por quê?

Por quê?

Até quando, meu Deus?