Diálogo Interativo

Espaço para troca de ideias sobre diversos assuntos, com destaque para atualidades, comunicação, política, educação e relações humanas.

27 dezembro, 2007

Para 2008 ser muito bom

Abaixo, temos algumas palavras-chave, que copiei de um antigo calendário do Banco do Brasil. Você pode pegar qualquer palavra do primeiro bloco e juntar com qualquer do segundo bloco, formando uma expressão positiva e que trará harmonia. São 132 combinações possíveis. Pratique-as no ano que está chegando.

Idealizo
Busco
Quero
Espero
Construo
Desejo
Vivencio
Alcanço
Sinto
Realizo
Agradeço
Festejo

o sonho.
a alegria.
a fé.
a esperança.
a paz.
o amor.
o respeito.
o afeto.
a serenidade.
o equilíbrio.
a harmonia.
a felicidade.

Que venha 2008, com muita felicidade para todos.

14 dezembro, 2007

Sobre filhos e limites

Recebi este texto por e-mail. Desconheço o autor, mas o tema muito me interessa.

Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos os erros de nossos progenitores. E com o esforço de abolir os abusos do passado, somos os pais mais dedicados e compreensivos mas, por outro lado, os mais bobos e inseguros que já houve na história. O grave é que estamos lidando com crianças mais 'espertas', ousadas, agressivas e poderosas do que nunca.

Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter, passamos de um extremo ao outro. Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos. Os últimos que tiveram medo dos pais e os primeiros que temem os filhos. Os últimos que cresceram sob o mando dos pais e os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos. E o que é pior, os últimos que respeitaram os pais e os primeiros que aceitam que os filhos lhes faltem com o respeito.

À medida em que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudaram de forma radical, para o bem e para o mal. Com efeito, antes se consideravam bons pais aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam às suas ordens e os tratavam com o devido respeito E bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam seus pais. Mas, à medida em que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram-se desvanecendo, hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, e, ainda que pouco, os respeitem. E são os filhos quem, agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas idéias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver. E, além disso, os patrocinem no que necessitarem para tal fim.

Quer dizer, os papéis se inverteram, e agora são os pais quem têm de agradar a seus filhos para ganhá-los e não o inverso, como no passado. Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para serem os melhores amigos e 'tudo dar' a seus filhos. Dizem que os extremos se atraem. Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo de seus pais, a debilidade do presente os preenche de medo e menosprezo ao os ver tão débeis e perdidos como eles. Os filhos precisam perceber que, durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter e de guiá-los enquanto não sabem para onde vão. Se o autoritarismo suplanta, o permissivismo sufoca. Apenas uma atitude firme e respeitosa lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente liderando-os e não atrás, os carregando e rendidos à sua vontade.

É assim que evitaremos o afogamento das novas gerações no descontrole e tédio no qual está afundando uma sociedade que parece ir à deriva, sem parâmetros nem destino. Os limites abrigam o indivíduo, com amor ilimitado e profundo respeito.

03 dezembro, 2007

Universidade pública???

A máquina de moer carne da UFMG funcionou mais uma vez a todo vapor ontem. Quase 70 mil candidatos para menos de 4.800 vagas numa das maiores universidades "públicas" do Brasil. Mas públicas para quem?

O Governo Federal tem feito esforços para levar o ensino superior para mais pessoas, como o ProUni, o sistema de cotas, etc. Mas o principal não acontece: viabilizar a entrada de estudantes de baixa condição socioeconômica na universidade federal.

Quem entra na UFMG? Salvo honrosas exceções, são filhos de famílias de alta renda, que nunca trabalharam e sempre tiveram todo o tempo, condições materiais, boas escolas para estudar. Estes são os mais preparados para o vestibular. E, a concorrência sendo grande (para não dizer cruel), passa quem estudou mais, quem é mais bem-alimentado, quem é mais bem-nascido. Por tabela, quem tem mais dinheiro. E quem tem dinheiro pode pagar faculdade particular. Então, as vagas nas instituições públicas deveriam ser reservadas para quem não tem dinheiro. Considero a realidade do vestibular uma das maiores injustiças e crueldades que o Estado brasileiro comete contra seus jovens. Funciona a cadeia alimentar: o maior come o menor.

Tentei entrar na UFMG duas vezes. Não passei nem para a 2ª etapa. Na PUC, fui aprovado em 6º lugar no meu curso. Levei nove anos para fazer um curso de quatro anos . Parei uma vez por razões profissionais e duas vezes por não ter dinheiro. Revoltante, pra dizer o mínimo, mas pelo menos consegui meu diploma. E quem não consegue? Resta a frustração, o desânimo, a tristeza.

Este tipo de universidade pública eu não defendo nunca!