Diálogo Interativo

Espaço para troca de ideias sobre diversos assuntos, com destaque para atualidades, comunicação, política, educação e relações humanas.

20 fevereiro, 2010

Ainda o carnaval

Já virou lugar-comum dizer que o ano só começa de verdade depois do Carnaval. Contrariando o dito popular, penso que muita coisa acontece no país antes da festa de Momo, mesmo que andemos pisando no freio antes da próxima segunda-feira.

O que mais gosto no Carnaval é a oportunidade de ficar de pernas pro ar por quatro dias e meio, sem pensar em trabalho. Não gosto de viajar nesta época, pelo risco maior de desastres de trânsito e rodovias congestionadas; só vou mesmo pra perto, um raio de 70 km, por exemplo. Carnaval de rua, prefiro durante o dia. A festa à noite perdeu muito do sentido original e virou zona (literalmente, em alguns casos). Também é bom ver as escolas de samba na tv, com suas histórias contadas em prosa, verso, fantasias, carros e adereços, embora os desfiles tenham se transformado em passarelas da propaganda, com as cervejarias em destaque, e o empurra-amassa-pula dos trios elétricos seja hoje um espaço (?) de assédio e, por vezes, atentado ao pudor e à dignidade.

Entretanto, o que mais me chama a atenção é como um país do tamanho do Brasil se rende praticamente inteiro a uma festa da qual ninguém sabe direito o significado mas todo mundo aproveita. Imaginemos que, dos cerca de 5.500 municípios brasileiros, umas 2.000 cidades tenham organizado carnaval de rua... É muita coisa!!!

E o legal também é ver as fantasias, os adereços que as pessoas usam ao andar pelas ruas. Cada um coloca o que quer, usa o que quer, sem se preocupar com o que vão falar, pensar etc. Hora de soltar aquilo que passa o tempo inteiro reprimido...

De qualquer forma, segunda-feira é logo ali. E a vida volta ao normal, num ano atribulado — copa do mundo, eleições gerais. E deixa o bloco passar!

04 fevereiro, 2010

Olha o Aedes aí, geeeeeeeeente!!!

As notícias de jornal sobre a proliferação (de novo!!) da dengue são de desanimar. Corre-se o risco de surto em várias cidades, inclusive aqui em Belo Horizonte. Pior ainda é a situação da cidade de Brumadinho, que tem o maior índice de infestação por Aedes Aegypti (é assim que se escreve?) da Grande BH: 5%. Ou seja, de cada 100 imóveis vistoriados pela Prefeitura local, cinco têm "maternidade" do bzzzzzzzz em plena atividade.

As pessoas não aprendem. Todo ano, sobretudo no verão, quando chove mais, as autoridades são obrigadas a bater na mesma cantilena, a repetir a mesma ladainha sobre a dengue. Campanha vai, campanha vem e o mosquito com roupa de presidiário (ou uniforme do Atlético) voa pra lá e pra cá, serelepe, feliz da vida, sugando o nosso sangue e deixando de gorjeta o temido vírus. Todo mundo sabe o samba-enredo das campanhas de cor e salteado. O problema é a fronteira entre a palavra e a atitude.

A receita é simples: não deixe água parada em lugar nenhum. Ponto. Só isso.

Curioso é o contraste com a mobilização contra a gripe suína (no popular mesmo, nada de Influenza A, H1N1...). Todos se mexeram para barrar a doença: máscara pra cá, álcool gel pra lá, até o meu filho de sete anos passou a colocar o antebraço (e não mais a mão) na boca ao espirrar.

Por que as pessoas não se mobilizam da mesma maneira em relação à dengue? Será que ficou tão banal, como os desastres de trânsito? "Ah, que nada, não vai acontecer comigo". Só um lembrete: o bichinho tem asas, voa quilômetros. Te pega onde você menos imagina.

Tá na tua mão. Faça sua parte. E faça com que os seus também façam a parte deles.